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Miguel Sousa Tavares e o seu "Equador"


Capa do romance "Equador"
1.- ARGUMENTO:

Luís Bernardo Valença pertence à alta burguesia lisboeta. Seu pai deixa-lhe em herança a posição de sócio principal de uma companhia de navios que fazem diferentes rotas comerciais. Estamos a falar da Companhia Insular de Navegação, encarregada de transportar cargas e passageiros entre a ilha da Madeira, as Canárias, o arquipélago dos Açores e o Cabo Verde. A vida do homem é regalada, despreocupada, entregue ele às reuniões e tertúlias com pessoas da boa sociedade lisboeta. Goza da amizade, por exemplo, de Bernardo de Pindela, conde de Arnoso, o qual faz parte do grupo de “Os Sobreviventes”, justamente em oposição ao de “Os Vencidos da Vida”, de que participava no seu momento Eça de Queiroz. Essa vida nocturna lisboeta de que o Basílio tanto se queixava (falamos do do seu romance O primo Basílio) por falta de locais onde poder desfrutar, e que nestes se tornava todo o contrário, dispostos a extrair daquela vida capitalina do início de novecentos quanto partido ela lhes der. Destarte, celebram reuniões todas as quintas-feiras no Hotel Central, onde jantam e falam sobre assuntos diversos. São homens entre os 30 e os 50 anos.

<<Um ritual de homens: sérios sem serem maçudos, despreocupados sem serem levianos.>> 

O seu grande amigo, no entanto, é o João Forjaz. Tem trinta e sete anos, é um distinto cavalheiro que, à parte de bom amigo de Luís Bernardo, é frequentador assíduo da Corte.
No tempo que estão a pasar umas férias em Ericeira, o Luís Bernardo conhece a Matilde. O Luís Bernando, já o fomos sabendo com antecedência, é homem muito dado às conquistas amorosas, sedutor insaciável. Fica surpreendido pela beleza de Matilde e, apesar de ser mulher casada, ele guarda pretensões de ter com ela. Em Ericeira há flirts só, mas depois em Lisboa o Luís Bernardo procura a maneira de se ver com ela, por meio do seu amigo, João. Finalmente acederá, ainda que sem aprová-lo de muito boa gana o seu amigo. Chegam a manter relações sexuais no Hotel Bragança, favorecido o encontro pela confidência de uma amiga que acode com ela.
Imediatamente a ter acontecido isto, Luís Bernardo vai ser requisitado pelo rei D. Carlos para ir ter com ele ao seu Palácio de Vila Viçosa. O conde de Arnoso é o emisário que faz o pedimento:

<<Bernardo de Pindela, o conde de Arnoso, um dos integrantes do célebre grupo dos “Vencidos da Vida”, que tanto agitara a vida inteletual do país uns anos antes, e que lhe dera a inesperada honra de o visitar no seu escritório da Insular, limitara-se a transmitir-lhe o convite, e apenas acrescentara:
Desculpar-me-á, meu caro, mas, como compreende, eu não posso revelar o que Sua Majestade pretende dizer-lhe. Sei que o assunto é de importância e El-Rei pede que o encontro seja mantido em segredo.>> 

O rei quer ser um monarca moderno, mas cada vez conta menos para o governo da nação, de aí o seu interesse em tentar encomendar uma missão que ele entende há de reportar um bem para o país. Dita missão ser-lhe-á pedida ao Luís Bernardo Valença, a qual tem a ver com a demonstração de que em São Tomé e Príncipe não existe escravatura. Os ingleses estão interessados em colocar um cônsul na colónia portuguesa a fim de demonstrar todo o contrário. Luís Bernardo é homem que acredita num colonialismo civilizado e assim se tem manifestado em diferentes artigos que costuma escrever para os jornais:

<<Luís Bernardo era culto, falava e lia inglês e francês, escrevia artigos de opinião e interessava-se pela questão colonial com uma atitude crítica, civilizacional, e estava atento à Conferência de Berlim. Andara com muitas mulheres e não chegara a tirar curso de Direito em Coimbra, para desgosto do falecido pai.>> 

Mapa de São Tomé e Príncipe
A ideia que têm os ingleses é tencionarem desestabilizar a produção portuguesa do cacau no arquipélago para deste jeito eles serem os beneficiados. De uma maneira concreta será a companhia Cadbury a mais interessada em se fazer com o controlo do fruto.
Depois da reunião com o rei D. Carlos, Luís Bernardo aceita a possibilidade de ir para o São Tomé e Príncipe com o cargo de governador. A este respeito, um dos frequentadores das tertúlias no Hotel Central, o Doutor Veríssimo, propõe-lhe comprar o seu negócio:

<<—Sim: os navios, os escritórios, as delegações, os empregados, os stocks, a carteira de clientes e de agentes. O seu negócio inteiro.>> 

Os seus três amigos mais íntimos, o João Forjaz, o Filipe Martins e o Mateus Resende, acompanham-no a Bussaco, ao Hotel Palace, para se despedirem dele, pois vai-se por três anos. Contudo, não vai ser a festa que eles pretenderam, dado que nem se moveram do hotel. Chegado o dia da partida, despede-se do seu amigo João, com a promessa dele de i-lo visitar tão logo lhe for possível. Da mesma maneira, despede-se de Matilde, sobre a qual há de saber mais tarde, quando já esteja no São Tomé, que está grávida, e que vive normalmente a sua vida de casada em Vila Franca de Xira com o seu marido.
As tensões na colónia africana não se fazem esperar, tão logo tome posse do seu cargo. Os novos ares que traz consigo o Luís Bernardo não são do agrado de muitos dos fazendeiros que vem perigar as suas roças. O primeiro choque frontal vai-o ter com o chefe natural dos roceiros, o coronel Mário Maltez, ora Germano Valente, o curador geral, era quem tinha a função de intermediar com os escravos, com os patrões, etc. e com quem mais se vai dar de aí em diante.
A família Souza e Almeida, chefiada polo Senhor Jacinto, visconde de Malanza, era de pretos provenientes do Brasil. Foram os primeiros aristocratas do São Tomé e Príncipe e implantadores do cacau, mas também do algodão, do café e do tabaco.

A ação translada-se também à Índia. Conhecemos o casal formado por Ann e David Lloyd Jameson. Ele tem o cargo de governador de uma das regiões mais extensas da Índia britânica. Vivem uma vida regalada, intensa, de um amor muito vigoroso e com uma atividade sexual muito desinibida e gozosa. David, no entanto, cai em desgraça após perder muito dinheiro no jogo das cartas. Chega a penhorar até candelabros do palácio em que mora, razão que virá a acelerar a sua queda em desgraça, depois de que o judeu penhorista o ameace com contá-lo tudo, caso de a ele o acusarem de ocultar um suposto ladrão. Faz-se preciso acrescentar o facto de que o casal não pode ter filhos por causa de o David ter contraído uma doença venérea que o tem deixado estéril. O que acontecerá definitivamente é que lhe propõem, como solução para salvar a sua honorabilidade, que se vá de cônsul para o São Tomé e Príncipe com o fim de investigar e tentar desestabilizar a colónia para deste jeito beneficiar as companhias britânicas do cacau, nomeadamente à Cadbury.

A Índia
A chegada do casal inglês ao arquipélago traz mais receios por parte dos seus habitantes. Amistam rapidamente, no entanto, com o governador, Luís Bernardo. Ann, ao pouco tempo, e se calhar por despeito ao seu marido, corre uma aventura com o Luís Bernardo. De uma maneira muito tórrida terão o seu primeiro desafogo sexual numa praia, supostamente deserta. Terão depois outro no salão da casa dela, estando acima, tomando banho, seu marido. Trata-se, sem dúvida, de uma relação um bocado estranha e quase extrema, diríamos.
Na ilha do Príncipe surge uma revolta, à que o governador acode com a finalidade de tentá-la atalhar. Numa das roças mais importantes, a sublevação tem produzido três mortos. Ao mesmo tempo, é feito preso o líder da revolta, com o qual irá falar o governador para pôr calma. Já anteriormente, e não muito tempo depois de ter chegado a São Tomé, o Luís Bernardo assistira a um juízo em que a dois trabalhadores de umas roças os culpavam de desobediência. Consciente de que os dois homens careciam de advogado que os defendesse, ele presta-se, ora em condição de jurista, não de governador, para fazer a sua defesa. O juiz, finalmente, terá que dar por inocentes os dois trabalhadores, coisa que incomodará de maneira muito acusada o dono da roça e à gente branca da ilha.
Doravante, o Luís Bernardo faz-se incómodo à população branca da ilha. Porém, vai conseguindo aos poucos que os trabalhadores das roças, angolanos na maior parte, sejam capazes de poderem solicitar ir de volta para a sua terra, uma vez o contrato assinado tivesse vencido. Mas tudo é simples papel, pois que a concessão é só formal, além do medo se instalar neles de modo que quase ninguém faz petição de querer regressar a Angola. Os fazendeiros têm instaurado, em definitivo, um regime autoritário nas suas roças. Os escravos, apesar de não o serem sobre o papel, estão submetidos a um regime de escravidão. Erguem-se com a luz do dia e deitam-se quando esta se vai, de maneira que o seu trabalho se desenvolve de sol a sol. Moram em pobres casebres nas próprias roças e carecem de direitos reais.


A caminho da roça
O príncipe de Portugal, Luís Filipe, quer ir de visita ao São Tomé e Príncipe. Quer ir ter com o governador para conhecer em primeira pessoa o que lá, com o assunto das roças e a escravatura, está a acontecer. As pressões dos britânicos são de notar. A revolta acontecida na ilha do Príncipe, além do mais, tem provocado o envio de um navio de guerra e o governador ficou zangado por este facto. A má imagem que se pode dar a respeito do exterior, a ponto de chegar o filho do monarca, ao tempo que aos competidores britânicos, enfurecem a Luís Bernardo. Doutra parte, a tensão deste com David é também muito notável. Nem se falam quase ultimamente, dado o confronto de pareceres entre os dois países. E ainda devemos acrescentar a isto o conhecimento que o David tem a respeito da traição que o seu amigo, Luís Bernardo, lhe faz com Ann, sua mulher. Ele, portanto, sabe-o tudo.
Presumivelmente, Luís Bernardo e Ann amam-se. Ele até planea uma estratégia de fuga com a Ann, mas tem de ser antes do príncipe, Luís Filipe, chegar de visita ao arquipélago. Já estava decidido o dia em que haviam de fugir, seria no último barco antes que o filho do monarca arribasse a São Tomé. Havia algum tempo que Luís Bernardo nem via mesmo a sua Ann. Ele decide ir-lhe dar uma surpresa a sua casa. David não estava, pois fora de visita a uma roça. Sobe pelo tronco de uma árvore encostada à casa e que alcança a altura do quarto de Ann. Desde um galho é capaz de chegar até a varanda, ou janela de sacada talvez, que está um bocado aberta. Mas ali descobre o imprevisto. Ann não estava só. Ela está com um homem, está a fazer o amor com ele. Trata-se do homem preto que ele, o Luís Bernardo, salvou da ilha do Príncipe de ser morto pelo seu patrão e que foi acolhido em casa dos Lloyd Jameson.
Desfeito, Luís Bernardo vagueia sem rumo aparente até chegar de volta ao seu palácio, ao do governador. O mundo afunde aos seus pés. Encerra-se no seu quarto, mas antes passa ao lado dos seus criados, do seu mordomo Sebastião e da bonita Doroteia. Depois, apanha o seu revólver e acaba finalmente com a própria vida, uma vez compreende que esta já não tem sentido nenhum.


Cacau
2.- TEMAS, OPINIÕES...
O Luís Bernardo é pessoa pertencente à alta sociedade lisboeta, muito bem relacionado. Ideologicamente, talvez, poder-se-ia dizer dele que se trata de um homem liberal. É muito mulherengo também, assim se nos faz saber ao longo da narração. Matilde é a última das conquistas de que sabemos antes de abalar de Lisboa rumo ao São Tomé e Príncipe com a encomenda da governação do arquipélago africano.
Escreve em jornais sobre a questão colonial e opina que o papel da metrópole tem de ser de justiça e civilizado, de aí que se veja na obrigação de ter que ser rejeitada a possibilidade de estar a ser exercida qualquer sorte de escravatura nas províncias de além-mar. Eis o que ele vai lá perseguir. A sua posição é muito de salão, quer dizer, o seu ponto de vista, a luta ética que ele trava a respeito dos fazendeiros é cómoda, aburguesada. Ele põe vontade, decerto, para situação mudar, mas os donos das roças abandonaram no seu dia Portugal e apontaram-se ao desterro, à dureza, a uma vida cheia de penalidades. O choque, portanto, é lógico que se venha a produzir quando ele pretende mudar o que o costume tinha feito lei com o passo do tempo.
A primeira mulher com a que mantém relações amorosas em São Tomé vai ser com a fazendeira Maria Augusta. Tinha-a conhecido já o dia do primeiro baile, o de apresentação que o governador tinha feito nos salões do palácio governamental, ali onde ele mora, com motivo da sua estreia no cargo. É uma mulher madura e viúva e da que se vê que ele gosta. Compreendemos que algo houve entre eles dois, ainda que não se nos narre, depois de uma visita que Luís Bernardo lhe faz à sua fazenda e quando já as coisas com a Ann estão ao limite por causa do enrarecimento da relação dele com David, já que ela diz que se deve ao seu marido no assunto consular. Os rumores que correm pela ilha sobre a sua relação com a inglesa são-lhe desvendados pela própria Maria Augusta.
Há, numa certa altura do relato, uma reflexão sobre o povoamento das colónias africanas por parte dos portugueses, que pode ser muito interessante, e que coloca a questão da vaidade no centro—pois que é um dos motivos fulcrais—, mas desta vez a respeito do afã de superioridade do homem português, carregado também de não pouco paternalismo:

<<Só Angola começava agora a ser timidamente povoada, mas os que para lá iam, fugidos da miséria dos campos do Minho ou de Trás-os-Montes, pareciam não ter outro sonho nem outro objetivo, que não o de cumprirem a antiquíssima vocação dos portugueses, que era a de vender mercearias a todos os povos do mundo para onde, a mando da religião ou da espada, os navios de ocasião os traziam.>> 
Luís Bernardo, David e Ann na série

O triângulo amoroso que se dirime no São Tomé entre Luís Bernardo, Ann e David, e a amizade existente entre eles, resolve-se de maneira trágica, pois esta tem de ser a solução final. Se calhar, o mais importante seja a evolução que no nosso protagonista, Luís Bernardo, se vai operando ao longo da narração. A tentativa de querer mudar o rumo das coisas, o choque brutal que supõe a respeito da sociedade colonial, e nomeadamente dos fazendeiros, vem dar de face com a sua pretensão de acabar com as injustiças. Não obstante, a própria administração é corrupta mesmo, pelo que nem se importa em tentar lavar a sua imagem a custo da boa vontade e empenho que o governador põe, consciente de que nenhuma coisa há de mudar decerto. Em definitivo pois, a força da paixão amorosa, além da nula consecução dos seus propósitos, todo o qual já viera precedido da venda do seu negócio em Lisboa, vem precipitar a tragédia. Luís Bernardo é claro que perdeu tudo. A sua vida deixou de ter sentido, logo o suicídio semelha que tem de ser o final aguardado.
Uma certa dose de vaidade envolve a personagem do Luís Bernardo, a presunção do homem liberal que chega ao arquipélago do São Tomé e Príncipe com a finalidade de tentar dar-lhe a volta à situação ali vivida. A escravidão dá-se, existe como tal, mas ele vê-se menosprezado pelos fazendeiros, cientes de que contra eles nada poderá fazer, pois haverão de continuar na mesma. A este fracasso soma-se um outro fracasso, e será o do seu apaixonamento por Ann, que se verá frustrado.
O grande Eça de Queiroz está a pairar desde o início da narração. A escrita clássica, lineal e clara é uma boa amostra. O enredo amoroso com damas casadas que se entregam nos braços do seu amante, ainda que com todas as reservas que podemos observar para o caso de Ann, fazem com que o realismo oitocentista esteja bem presente.

Café A Brasileira em Lisboa
Quanto ao período histórico em que está a ação desenvolvida, falamos de um momento crucial da história portuguesa (entre os anos de 1905-1908), coincidindo com a decadência da Monarquia, a alvorada da República, a grave crise política, social e económica do Império Português Ultramarino, centrado, no que a este romance diz respeito, na exígua colónia de São Tomé e Príncipe.
Miguel Sousa Tavares esmerou-se na construção das três personagens principais. Luís Bernardo mostra-se-nos inteligente, culto, de visão estratégica, sedutor e solitário, um outsider na sociedade lisboeta de então, onde se destaca pela diferença, colocando-se um século adiante dos seus pares. Está, apesar de tudo, mais próximo de David, o cônsul inglês, pelas ideias, pela sua cultura e pela forma de estar.
David é um autêntico camaleão, um cidadão do mundo, com a capacidade de se adaptar a qualquer lugar ou circunstância, inteligentíssimo, empreendedor, fleumático e totalmente devotado à sua mulher, Ann.
Por sua vez, Ann é uma personagem esfíngica, extremamente bela, culta e viajada, diferente de todas as outras mulheres que povoam o quotidiano de Luís Bernardo.
Qualquer das três personagens estão, portanto, bastante elaboradas, são o suficientemente redondas, nomeadamente no caso de Luís Bernardo Valença, o nosso protagonista. Há uma sorte de ascensão aos Céus a partir do momento em que a vida se vai tornando ótima, sobretudo quando se apaixona de Ann e fazem propósito de fugirem juntos. A queda aos Infernos produzir-se-á quando a descoberta de que ela o atraiçoa. O suicídio final obedece a que o seu fracasso virá a materializar-se como resultado desta traição, mas também porque não obtém o resultado querido a respeito da escravidão e, aliás, porque o seu próprio negócio em Lisboa foi já vendido. Sente-se vazio, sem objetivos na vida, daí a tomada de posição definitiva, e o porquê de que acabe por tirar a vida a si próprio, uma vez compreendeu que perdeu todo o sentido.
A narração, finalmente, é muito cinematográfica, com mecanismos apropriados para ser levada (tal como aconteceu) aos ecrãs. Os seus ingredientes, muito tópicos, favorecem esta aposta. As paixões amorosas, mesmo sexualmente tórridas, verificam o sucesso desta escolha fílmica, que se vê favorecida, se calhar, com o grau de exotismo destas ilhas africanas perdidas no meio do Atlântico, além da Índia, lugar em que se desenvolve a primeira atividade do casal formado por Ann e David. Aliás, há bastante ação, muita desta ligada à questão política que se debate, e relacionadas com o colonialismo e a razão da escravatura, se é que tal existe ou não no São Tomé e Príncipe. O enquadramento histórico, colocado nos inícios do séc.XX, põe ao descoberto a crise da monarquia, prévio passo à crise política que afinal acabará com a proclamação da República em Portugal.

Cartaz da série para a televisão
Em resumo, um romance com muitas doses folhetinescas e os suficientes ingredientes para se tornar do agrado de um elevado número de leitores. 

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